Síndrome de Tourette

Entendendo a Síndrome de Tourette

A síndrome de Tourette é caracterizada por ‘tiques’ - movimentos e sons vocais repetitivos e involuntários.

Visão geral da síndrome de Tourette

A síndrome de Tourette – que recebeu esse nome em homenagem ao médico que descreveu a doença pela primeira vez – é um transtorno que começa durante a infância.1 As pessoas com esse transtorno sofrem de tiques, que podem variar desde piscar e cheirar até a prática de gestos e xingamentos obscenos.1

 

Os tiques tendem a piorar quando a pessoa está ansiosa ou agitada e melhora quando ela está calma ou focada em uma atividade, como, por exemplo, uma tarefa escolar.1 Os tiques podem ter um grande impacto na qualidade de vida de uma pessoa e causar problemas no âmbito escolar.2-4

Fatos sobre a Síndrome de Tourette

A síndrome de Tourette é um transtorno com início na infância, caracterizado por ‘tiques’ persistentes – movimentos repentinos, rápidos e recorrentes, bem como sons vocais.1

Os tiques geralmente surgem entre 4 e 6 anos de idade.1

Sintomas da síndrome de tourette 

Os tiques são a característica principal da síndrome de Tourette.1 Os tiques são movimentos súbitos, rápidos, recorrentes e involuntários ou sons vocais, que podem ser classificados como ‘simples’ ou ‘complexos’.1

 

  • Tiques motores simples – piscação de olhos, encolhimento dos ombros e o ato de estender as mãos e os pés.Tiques vocais simples – pigarrear, cheirar e grunhir.1

  • Tiques motores complexos – uma combinação de tiques simples que podem parecer intencionais, tais como gestos sexuais ou rudes ou imitação dos movimentos de outra pessoa.1

  • Tiques vocais complexos – repetição de sons ou palavras ou o ato de grunhir/berrar palavras socialmente inaceitáveis (p. ex., obscenidades ou declarações raciais).1

 

A piscação de olhos e o ato de pigarrear estão entre os sintomas mais comuns, embora os tiques possam incluir praticamente qualquer grupo muscular ou som vocal.1 Com o tempo, uma pessoa com síndrome de Tourette pode ter diferentes tipos de tiques, que podem ir e vir por um período de anos.1

Globalmente, até 1% das crianças

têm Síndrome de Tourette.2

2 a 4 vezes mais comum 

em meninos do que em meninas.1

Epidemiologia e ônus

Os tiques geralmente surgem entre 4 e 6 anos de idade, são mais graves entre os 10 e 12 anos e tornam-se menos graves durante a adolescência.1,6

 

Os tiques podem causar constrangimento, baixa autoestima e levar ao isolamento social.2 Mais raramente, os tiques graves podem resultar em conflito com outras pessoas e, até mesmo, em dores e lesões (p. ex., ao bater na própria face).1,2 Além dos tiques, as pessoas com síndrome de Tourette podem ser estranhamente sensíveis ao toque (p. ex., quanto a etiquetas de roupas ou meias apertadas), têm problemas comportamentais e sofrem com o sono interrompido, o que pode ter um grande impacto em sua qualidade de vida.3

 

A maioria das pessoas com síndrome de Tourette (86%) também possui um transtorno psiquiátrico, sendo mais comuns o déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).7 Muitas vezes, o transtorno psiquiátrico é mais problemático para a pessoa do que os tiques.8

 

As crianças com síndrome de Tourette, em especial aquelas com sintomas graves e com transtornos concomitantes, provavelmente têm problemas na escola e precisam de auxílio educacional.4

Fatos sobre a Síndrome de Tourette

Normalmente, os tiques são mais graves entre os 10 e 12 anos de idade e tornam-se menos graves durante a adolescência.1,3

Os tiques podem variar de piscar e cheirar a gestos obscenos e xingamentos.1

As pessoas preocupadas com o fato de seus filhos apresentarem sintomas da síndrome de Tourette devem consultar o médico para obter auxílio e orientação. 

Diagnóstico e cuidados

A síndrome de Tourette é diagnosticada após discussões sobre o histórico do desenvolvimento da criança e um exame clínico.


Os tiques podem ser difíceis de reconhecer e confundidos com outros transtornos (como transtornos do movimento ou comportamentos repetitivos associados ao TOC), o que pode complicar o diagnóstico.1


A gravidade dos tiques, em geral, melhora na adolescência, independentemente do tratamento, e os médicos podem tentar ‘vigiar’ para ver se os tiques melhoram por si próprios.6,9,10 Para crianças com tiques leves e não incapacitantes, o tratamento deve envolver educação, aconselhamento e fortalecimento da autoconfiança.2 O tratamento de tiques mais incapacitantes pode envolver terapias comportamentais e medicamentos.2,10

1. American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 5th ed. Arlington, VA: American Psychiatric Association; 2013.

2. Kurlan RM. Treatment of Tourette syndrome. Neurotherapeutics. 2014;11(1):161–165.

3. Martino D, Ganos C, Pringsheim TM. Tourette syndrome and chronic tic disorders: the clinical spectrum beyond tics. Int Rev Neurobiol. 2017;134:1461–1490.

4. Claussen AH, Bitsko RH, Holbrook JR, Bloomfield J, Giordano K. Impact of Tourette syndrome on school measures in a nationally representative sample. J Dev Behav Pediatr. 2018;39(4):335–342.

5. Scharf JM, Miller LL, Gauvin CA, Alabiso J, Mathews CA, Ben-Shlomo Y. Population prevalence of Tourette syndrome: a systematic review and meta-analysis. Mov Disord. 2015;30(2):221–228.

6. Leckman JF, Zhang H, Vitale A, Lahnin F, Lynch K, Bondi C, et al. Course of tic severity in Tourette syndrome: the first two decades. Pediatrics. 1998;102(1 Pt 1):14–19.

7. Hirschtritt ME, Lee PC, Pauls DL, Dion Y, Grados MA, Illmann C, et al.; Tourette Syndrome Association International Consortium for Genetics. Lifetime prevalence, age of risk, and genetic relationships of comorbid psychiatric disorders in Tourette syndrome. JAMA Psychiatry. 2015;72(4):325–333.

8. Kumar A, Trescher W, Byler D. Tourette syndrome and comorbid neuropsychiatric conditions. Curr Dev Disord Rep. 2016;3(4):217–221.

9. Blotch MH, Leckman JF. Clinical course of Tourette syndrome. J Psychosom Res. 2009; 67(6):497–501.

10. Pringsheim T, Okun MS, Müller-Vahl K, Martino D, Jankovic J, Cavanna AE, et al. Practice guideline recommendations summary: treatment of tics in people with Tourette syndrome and chronic tic disorders. Neurology. 2019;92(19):896–906.

1. American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 5th ed. Arlington, VA: American Psychiatric Association; 2013.

2. Scharf JM, Miller LL, Gauvin CA, Alabiso J, Mathews CA, Ben-Shlomo Y. Population prevalence of Tourette syndrome: a systematic review and meta analysis. Mov Disord. 2015;30(2):221–228.

3. Leckman JF, Zhang H, Vitale A, Lahnin F, Lynch K, Bondi C, et al. Course of tic severity in Tourette syndrome: the first two decades. Pediatrics. 1998;102(1 Pt 1):14–19.

4. Kurlan RM. Treatment of Tourette syndrome. Neurotherapeutics. 2014;11(1):161–165.

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